Canelite, uma dor que atrapalha o desenvolvimento da corrida

canelite

É crescente o número de corredores com queixas de dores na região anterior da perna após treinos e corridas. Muitas vezes essas dores são banalizadas e não recebem a devida importância, mas tenha atenção. Você pode estar sofrendo com uma canelite, que, se não tratada, pode virar uma fratura por estresse.

Diversas são as causas de dores na região anterior das pernas que podem acometer um praticante de corrida, entre elas podemos citar: a síndrome do estresse tibial ou periostite medial da tíbia, popularmente conhecida como canelite.

Queixa comum entre os corredores, a canelite é mais presente em atletas que costumam correr médias e longas distâncias. Além da corrida, essa síndrome pode estar presente em outros esportes que envolvam o gesto de pular, como vôlei, basquete, etc.

A canelite é uma inflamação que acomete o osso da tíbia (canela), caracterizada por dor na região anterior da perna que inicia durante o exercício, agravando após o excesso e volume da atividade física, podendo evoluir para dor persistente mesmo após o fim da atividade física, porém, em muitos casos, dificulta até o andar do atleta acometido pelas dores.

Inicialmente, ocorre uma inflamação no periósteo (fina camada que recobre o osso) e estruturas adjacentes como músculos e tendões da perna, podendo evoluir para micro fissuras no osso e, até mesmo, promover uma fratura por estresse caso o atleta não pare de correr e não procure um tratamento adequado de fisioterapia.

Dentre os fatores de risco para o aparecimento da canelite, podemos citar:

▪ Aumento excessivo no volume e/ou intensidade de treinamento, como também treinamento sem orientação de um profissional de educação física.

▪ Pessoas iniciantes no esporte ou que mudaram de atividade recentemente.

▪ A fraqueza dos músculos dos membros inferiores, como também a falta de alongamento dos músculos da panturrilha.

▪ Pisos duros e compactados como concreto e asfalto devem ser evitados. Dê preferência à grama ou pisos de terra e evite também terrenos acidentados. Concreto é seis vezes mais severo para os seus tecidos da tíbia do que o asfalto. O asfalto é três vezes mais severo do que a terra batida. A grama é ainda mais macia, e diminui significativamente o risco de inflação na região da tíbia.

▪ Pés hiperpronados e hipersupinados.

▪ Correr inclinando o tronco para frente.

▪ Mulheres na menopausa.

▪ Tênis inadequado para o seu tipo de pisada.

O diagnóstico exato da lesão é feito pelo médico, a fim de excluir a possibilidade de ser uma fratura por estresse. O relato da história clínica como também o exame físico é de fundamental importância para o diagnóstico. Caso o médico suspeite da fratura por estresse, a radiografia e ressonância são os exames solicitados com mais frequência.

O tratamento de fisioterapia poderá ser feito através de:

▪ Correções posturais e correta indicação de tênis apropriado conforme o tipo de pisada.

▪ Modificação da atividade, evitando-se as corridas e os saltos por aproximadamente 10 dias. Durante esse período o condicionamento cardiorrespiratório deverá ser mantido através de exercícios na piscina com flutuador, como também no ciclo ergômetro.

▪ A Crioterapia (gelo) e eletroterapia poderão ser usados objetivando a analgesia, controle da inflamação e cicatrização do periósteo.

▪ Exercícios de alongamento para musculatura posterior da perna (Panturrilha).

▪ Com a regressão dos sintomas, devem-se iniciar de maneira progressiva, os exercícios de fortalecimento para toda musculatura que envolve a perna (tibiais, fibulares e tríceps sural).

▪ Assim que o atleta estiver assintomático, pode-se iniciar o trote/corrida sobre a grama, por aproximadamente 20 minutos, com uma progressão de 10 a 15% semanalmente. É importante ressaltar que o mesmo já deverá estar adaptado ao tênis, caso seja portador de algum problema estrutural.

Algumas medidas devem ser adotadas na prevenção da canelite, dentre elas podemos destacar:

▪ Uso do tênis correto. Adequado ao seu tipo de pé e com amortecimento também na parte anterior. O uso de uma palmilha personalizada pode ajudar.

▪ Aquecer. Informe ao seu corpo que ele será sobrecarregado.

▪ Não corra com dor e nem em excesso. Respeite os sinais do corpo.

▪ Aumento gradual no volume ou intensidade do treinamento (não aumentar mais que 10% à 15% semanalmente). Não faça treino de velocidade prematuramente.

▪ Caso cometa um erro no treinamento e sinta dor na canela, coloque gelo e permaneça em repouso até cessar as dores.

▪ Atenção aos exercícios de fortalecimento; músculos mais fortes diminuem o impacto sobre ossos e articulações.

▪ Corra em superfícies adequadas.

Dica: Aos primeiros sinais de dores na região anterior da perna, procure um profissional para uma completa avaliação e o correto diagnóstico e tratamento, só assim você terá condições de realizar suas atividades esportivas sem maiores complicações.

FABRÍCIONa Clínica Laboral você conta com a orientação do profissional Fabrício Paini, coordenador da Laboral Academia.