Por que a corrida é grande aliada da saúde e da longevidade
Segundo esporte mais popular do Brasil, atualmente com mais de 4,5 milhões de adeptos, a corrida registrou nos últimos 10 anos um aumento de 200% no número de praticantes. E não para por aí: os números crescem vertiginosamente. Isso se deve, claro, a algumas características. Democrática, é uma atividade física que pode ser praticada em qualquer lugar, horário, além de ser conveniente, fácil de ser implementada e mantida pelos seus praticantes.
Em 2017, a publicação de um artigo de revisão intitulado “Corrida como Chave para o Estilo de Vida e Longevidade”, na revista Progressos na Doença Cardiovascular, endossou o coro. O texto aponta o papel da corrida na promoção da saúde, na prevenção de inúmeras doenças e no aumento na expectativa de vida e longevidade de seus praticantes. Quando comparados com não corredores, os adeptos têm 30-45 % menor risco na taxa de mortalidade para todas as doenças após o ajuste para o gênero e idade.
A corrida tem um potente efeito protetor nas duas principais causas de morte no mundo: as doenças cardiovasculares e o câncer, com uma redução respectiva de 30-75% e de 30-50 % no risco de mortalidade associadas a estas doenças. Além delas, temos evidências adicionais de que a corrida tem um efeito protetor nas doenças neurológicas (Alzheimer e Parkinson) e infecções respiratórias.
Corredores ainda tendem a se engajar em outros hábitos de vida saudáveis que contribuem para o aumento da longevidade, como a manutenção e a redução do peso corporal, além de costumarem consumir quantidades baixas a moderadas de álcool e, por vezes, não fumarem.
Todos estes benefícios levam a um aumento na expectativa de vida e aumentam a longevidade de corredores entre 3,4 a 4,2 anos, dependendo do volume e da intensidade da corrida, quando comparados com não corredores. Na relação de custo benefício, o estudo apontou que para cada 7 horas de corrida ganhamos uma a mais de vida.
Outro aspecto relevante da pesquisa foi que outras atividades também atuam positivamente na redução das taxas de mortalidade, mas com valores inferiores aos obtidos pela corrida. Inúmeros são os benefícios e mecanismos fisiológicos e metabólicos que justificam estas respostas mais favoráveis ao treinamento da corrida e demais atividades. Confira abaixo.
Devido ao impacto tão significativo na promoção da saúde e na redução das taxas de mortalidade muitas pesquisas foram e continuam sendo realizadas objetivando estabelecer a dose mínima e principalmente “máxima” que não coloque em risco a saúde dos praticantes. Com o intuito de responder esta questão, os autores liderados pelo Dr. Lee, do Departamento de Cinesiologia da Universidade de Iowa-EUA, recomendaram uma dose máxima de exercícios que indica que benefícios adicionais não são obtidos e que podem levar a riscos aumentados quando ultrapassados. Confira abaixo as doses recomendadas.
Alguns estudos têm demonstrado que o treinamento de “endurance excessivo” (ultramaratonas) pode causar efeitos adversos na estrutura e na função cardíaca, “indicando que mais pode ser pior” para o risco de doenças cardiovasculares e todas as causas de mortalidade. Apesar da redução dos benefícios obtidos, não correr impõe maiores riscos que correr provas muito longas, logo, mais corrida não é necessariamente pior.
Por ser uma atividade intensa, vigorosa e com risco de lesões músculo-esqueléticas, antes de sair correndo por aí para colher todos estes benefícios, é fundamental realizar uma avaliação médica respeitando as diretrizes de triagem pré-exercício. Procure um educador físico para elaborar a progressão do seu treinamento
Fonte: Veja Rio – André Leta (https://vejario.abril.com.br/blog/fabiano-serfaty/por-que-a-corrida-e-grande-aliada-da-saude-e-da-longevidade/)